A fibrilhação ventricular (FV) é uma condição cardíaca grave que requer intervenção urgente. Neste artigo, exploraremos os aspetos essenciais da FV, desde a sua definição até ao tratamento e perspetivas futuras.
Definição e Características
A Fibrilhação Ventricular é uma arritmia cardíaca potencialmente fatal caracterizada por contrações descoordenadas e ineficazes dos ventrículos do coração. Essas contrações caóticas comprometem a capacidade do coração de bombear sangue para o resto do corpo, levando rapidamente à falência cardíaca e à morte se não tratadas.
Isso pode ocorrer devido a diversas condições subjacentes, como doença cardíaca isquémica, cardiomiopatias, distúrbios eletrolíticos, entre outros.
A incidência aumenta significativamente em populações com alto risco cardiovascular, como pessoas com histórico de enfarte do miocárdio ou insuficiência cardíaca.
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Causas e Fatores de Risco da fibrilhação ventricular
As causas da FV podem ser diversas, incluindo:
- Doença cardíaca coronária: Estreitamento das artérias coronárias que irrigam o coração.
- Cardiomiopatia: Enfraquecimento do músculo cardíaco.
- Insuficiência cardíaca: Incapacidade do coração de bombear sangue de forma eficaz.
- Ataque cardíaco: Dano ao músculo cardíaco devido à obstrução do fluxo sanguíneo.
- Cirurgia cardíaca: Procedimentos realizados no coração.
- Hipertensão arterial: Pressão arterial alta.
- Diabetes: Doença metabólica caracterizada por níveis elevados de açúcar no sangue.
- Doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC): Doença pulmonar que dificulta a respiração.
- Idade avançada: O risco de FV aumenta com a idade.
- Tabagismo: Fumar aumenta o risco de doenças cardíacas e outras doenças que podem levar à FV.
- Obesidade: Excesso de peso corporal aumenta o risco de doenças cardíacas e outras doenças que podem levar à FV.
- Uso de drogas ilícitas: Algumas drogas ilícitas, como cocaína e anfetaminas, podem aumentar o risco de FV.
A Fibrilhação Ventricular e a Paragem Cardiorrespiratória
A fibrilhação ventricular é a principal causa de paragem cardiorrespiratória (PCR), que é a cessação abrupta da respiração e da circulação sanguínea. A PCR é um evento grave que exige intervenção imediata para evitar danos cerebrais irreversíveis e morte.
Em Portugal estima-se que todos os anos 10 mil pessoas sejam vítimas de morte súbita em Portugal (fonte: Fundação Portuguesa de cardiologia)
Outras complicações de saúde
Além de ser a causa mais comum das PCRs, episódios recorrentes de fibrilhação ventricular podem levar a uma deterioração progressiva da função cardíaca e ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca congestiva, uma condição crónica que requer tratamento médico contínuo.
A FV também está associada a um maior risco de acidente vascular cerebral, embolia pulmonar e outras complicações cardiovasculares graves.
Sintomas e Sinais
A FV ocorre geralmente sem aviso prévio. Os sintomas mais comuns são:
- Perda súbita de consciência: A pessoa cai e não responde a estímulos.
- Ausência de pulso: Não há batimento cardíaco percetível no pescoço ou no pulso.
- Paragem respiratória: A pessoa deixa de respirar ou apresenta respiração agónica (gasping).
Diagnóstico
O diagnóstico da FV é confirmado por meio de um eletrocardiograma (ECG), que regista a atividade elétrica do coração. Outros exames, como o Holter (Registo electrocardiogáfico contínuo durante horas ou dias) ou ressonância magnética cardíaca, podem ser realizados para avaliar a extensão do dano cardíaco e identificar possíveis causas subjacentes.
Tratamento
O tratamento imediato da FV é a desfibrilhação, que consiste na aplicação de um choque elétrico no coração para restaurar o ritmo normal. A desfibrilhação pode ser realizada com um desfibrilhador automático Externo (DAE), que é um dispositivo portátil e fácil de usar.
Os medicamentos utilizados no tratamento da FV incluem antiarrítmicos, betabloqueadores e anticoagulantes, dependendo da gravidade da condição e das comorbidades associadas.
Em casos graves ou recorrentes de fibrilhação ventricular, podem ser necessários procedimentos invasivos, como ablação por cateter ou implante de cardioversor desfibrilador (CDI), para controlar os ritmos cardíacos anormais e prevenir complicações futuras.
Prevenção
A prevenção da FV envolve o controlo dos fatores de risco, como:
- Manter um estilo de vida saudável: Adotar uma dieta balanceada, praticar atividade física regularmente e manter um peso saudável.
- Controlar a pressão arterial: Monitorizar a pressão arterial regularmente e tomar medicamentos conforme orientação médica.
- Controlar a diabetes: Manter os níveis de açúcar no sangue sob controlo através da dieta, exercícios físicos e medicações.
- Parar de fumar: Abster-se do consumo de tabaco.
- Manter um peso saudável: Evitar o excesso de peso e a obesidade.
- Praticar atividade física regular: Exercitar-se por pelo menos 30 minutos na maioria dos dias da semana.
- Realizar exames médicos regulares: Consultar um médico regularmente para verificar a saúde cardiovascular.
Conclusão
A fibrilhação ventricular é uma condição cardíaca potencialmente fatal que requer intervenção imediata e tratamento agressivo. Com uma compreensão aprofundada da fisiopatologia, diagnóstico e opções de tratamento, podemos melhorar os resultados clínicos e reduzir o impacto devastador da FV na saúde cardiovascular.
Referências:
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