Desfibrilhador automático Externo (DAE) o que é e para que serve?

Um desfibrilhador automático externo (DAE) (também designado desfibrilhador) é um equipamento tecnológico que salva vidas, capaz de analisar a atividade elétrica do coração e identificar uma vítima em paragem cardíaca.

A principal função de um Desfibrilhador DAE quando utilizado é identificar uma fibrilhação ventricular e através de comandos visuais e sonoros dar instruções ao seu utilizador de quando aplicar esse mesmo choque em segurança.

É um equipamento fulcral pois sem a utilização de um desfibrilhador e a aplicação de uma descarga elétrica no coração, é impossível a reversão de uma fibrilhação ventricular, causa de paragem cardíaca.

Diferentes tipos de Desfibrilhadores

Esta é uma versão resumida dos diversos tipos de desfibrilhadores e aplicações. Poderá consultar o nosso artigo completo sobre esta questão aqui

Desfibrilhador automático externo (DAE)

Equipamento prático e simples de ser utilizado, com comandos vocais e sonoros pensado e desenvolvido para ser utilizado por leigos/cidadão comum.

Quando colocados os elétrodos, deteta numa questão de segundos o ritmo cardíaco, e em caso de fibrilhação ventricular, dá alerta para aplicação de choque.

O DAE fornece instruções passo a passo para ajudar o operacional.

Simples e eficaz!

Desfibrilhador manual (médico)

Desfibrilhador manual (uso médico)

É de uso exclusivo médico, é usado maioritariamente em ambiente hospitalar e permite ao médico entre outros parâmetros ajustar as potências de choque que pretende.

Estes desfibrilhadores estão munidos de ecrã digital, onde é possível visualizar o eletrocardiograma em “tempo real”

A primeira associação que a maioria das pessoas faz quando se fala de um desfibrilhador é precisamente um desfibrilhador médico, como visto em séries e filmes.

Importância dos Desfibrilhadores na ressuscitação cardíaca

A paragem cardiorrespiratória (PCR ) é a principal causa de morte em todo o mundo. Estima-se que mais de 17 milhões de pessoas morram anualmente (10 mil em Portugal, dados da FPC1 ) devido a essas ocorrências. Uma paragem cardiorrespiratória ocorre quando o coração para de bater repentinamente, interrompendo o fluxo sanguíneo para o corpo e privando os órgãos vitais de oxigênio.

A rápida intervenção é crucial, pois a sobrevivência depende do restauro do ritmo cardíaco normal o mais rápido possível.

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O papel crucial dos DAEs na cadeia de sobrevivência:

A cadeia de sobrevivência é uma sequência de eventos essenciais para aumentar as chances de sobrevivência em casos de paragem cardiorrespiratória. Os DAEs desempenham um papel fundamental nessa cadeia, sendo um dos primeiros elos.

A cadeia de sobrevivência geralmente inclui os seguintes elementos:

1- Reconhecimento precoce e chamada de emergência: Identificar os sinais da paragem cardíaca súbita e acionar imediatamente os serviços de emergência.

2- Reanimação cardiorrespiratória imediata: Para manter o fluxo sanguíneo e a oxigenação até a chegada do DAE.

3- Desfibrilação precoce: O uso rápido do DAE é essencial para interromper a fibrilhação ventricular e restaurar o ritmo cardíaco normal.

4- Suporte avançado de vida: Profissionais de saúde treinados assumem o cuidado do paciente e fornecem tratamento médico mais avançado.

Os DAEs desempenham um papel crítico na fase de desfibrilhação precoce, permitindo que socorristas leigos apliquem choques elétricos controlados antes da chegada dos serviços médicos de emergência. Quanto mais rápido o choque é aplicado, maiores são as chances de sobrevivência.

Quando usar o DAE?

Sempre que presenciarmos uma vítima em paragem cardíaca!

Depois de avaliada a vítima e ficar confirmado que ela não respira, o primeiro passo é ligar imediatamente 112.

Em seguida deverá ser continuado o protocolo da “cadeia de sobrevivência” onde se destaca a importância da desfibrilhação.

A aplicação de um choque elétrico é a única forma de reverter uma fibrilhação ventricular.

Não sabe o que é a cadeia de sobrevivência? 
É um dos pontos principais adquiridos na nossa formação SBV-DAE e obrigatória para a utilização do DAE.

Como Funciona um desfibrilhador automático externo (DAE)?

Um DAE é composto por três componentes principais:

Elétrodos: São adesivos que são fixados no peito do paciente para detetar a atividade elétrica do coração e fornecer os choques elétricos necessários.

Unidade de controle: É o cérebro do DAE, onde estão localizados os circuitos eletrônicos responsáveis por analisar o ritmo cardíaco do paciente e determinar se um choque é necessário.

Fonte de energia: Geralmente, os DAEs utilizam baterias internas de longa duração que fornecem a energia necessária para o funcionamento do dispositivo.

Como usar um desfibrilhador (DAE)

Quando um DAE é ligado, ele fornece instruções de voz e/ou exibe mensagens visuais para orientar o utilizador durante todo o processo de ressuscitação. O utilizador deve seguir as instruções fornecidas pelo dispositivo, que incluem a colocação correta dos elétrodos no peito do paciente. Os elétrodos são adesivos condutores que devem ser fixados em locais específicos, geralmente indicados nos próprios elétrodos. Esses elétrodos são conectados ao DAE por meio de cabos, permitindo que o dispositivo monitorize o ritmo cardíaco do paciente.

Após a correta colocação dos elétrodos, o DAE realiza uma análise do ritmo cardíaco do paciente. Usando algoritmos sofisticados, o dispositivo avalia se há uma arritmia tratável, como a fibrilhação ventricular (FV) ou a taquicardia ventricular (TV). Se for detetada uma arritmia tratável, o desfibrilhador alerta o operacional para se afastar do paciente, garantindo a segurança de todos, e fornece um choque elétrico.

Uma vez que o ambiente esteja seguro, o desfibrilhador DAE carrega a energia necessária para o choque elétrico. Em seguida, o dispositivo instrui o operacional a pressionar o botão de choque para administrar o tratamento. O choque elétrico interrompe temporariamente a atividade elétrica caótica do coração, permitindo que o marca-passo natural do coração retome o controle e restabeleça um ritmo cardíaco normal.

Após o choque, o DAE pode recomendar a continuação da reanimação cardiorrespiratória com compressões torácicas e insuflações orais (respiração boca a boca), conforme indicado pelas diretrizes da cadeia de sobrevivência. Durante todo o processo, o DAE continua a monitorizar o ritmo cardíaco do paciente e fornecerá instruções adicionais, se necessário.

É importante ressaltar que os DAEs são projetados para serem seguros e confiáveis, mesmo para socorristas leigos, o cidadão comum.

Eles são programados para analisar e identificar ritmos cardíacos específicos que podem ser tratados com a desfibrilhação elétrica. Os dispositivos são projetados para minimizar o risco de choques inapropriados e fornecer instruções claras para garantir um tratamento eficaz em casos de paragem cardíaca súbita.

Gostaria de aprender a utilizar um DAE? Saiba mais aqui

Legislação para utilização de desfibrilhadores automáticos externos

Em Portugal existe o decreto-lei 184/2012 que regulamenta a utilização e instalação dos desfibrilhadores automáticos externos.

Foi então criado o PNDAE (Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa) regido pelo INEM e onde estabelece todos os parâmetros legais da desfibrilhação.

Criamos uma página com toda a informação detalhada sobre o PNDAE e legislação. Consulte aqui

Principais aspetos a ter em consideração sobre as leis que afetam a utilização de desfibrilhadores:

Quem pode utilizar um Desfibrilhador DAE?

Qualquer cidadão pode (e deve) utilizar um desfibrilhador. Deve para isso ter uma formação válida de Suporte básico de Vida com DAE (SBV-DAE) e estar inserido num programa de DAE.

Veja os principais aspectos da formação aqui

Posso instalar um DAE e utilizá-lo se não estiver licenciado pelo INEM?

Não!. O processo de instalação e utilização de DAEs rege-se pelo PNDAE como descrito neste tópico.

Enquanto o processo está em fase de conclusão e estiver perante uma emergência, ligue 112 e peça autorização para uso.

Saiba tudo o que é necessário para um licenciamento PNDAE aqui

Quem pode proceder a um pedido de licenciamento?

Qualquer instituição Portuguesa. Privada, pública, grande ou pequena.

A única exceção são os pedidos de licenciamento a título individual.

Qualquer desfibrilhador DAE está autorizado a ser licenciado?

Não!
O INEM apenas permite desfibrilhadores DAE homologados pelo INFARMED, e acrescenta algumas condicionantes, como ter comandos vocais em língua portuguesa, capacidade de armazenar os eletrocardiogramas (ECG) entre outros.

❗Cuidado com a compra de desfibrilhadores via internet, de modelos não homologados ou descontinuados.

Locais onde é obrigatório a instalação de Desfibrilhadores DAE?

  • Estabelecimentos de comércio a retalho (isoladamente considerados ou inseridos em conjuntos comerciais, que tenham uma área de venda igual ou superior a 2000 m2);
  • Espaços de lazer e de recreio com lotação superior a 5000 pessoas;
  • Recintos desportivos com lotação superior a 5000 pessoas;
  • Conjuntos comerciais que tenham uma área bruta locável igual ou superior a 8000 m2;
  • Terminais rodoviários com fluxo médio diário superior a 10 000 passageiros;
  • Portos Comerciais;
  • Aeroportos;

Estes são os locais que atualmente são obrigados por lei a ter um programa de DAE, mas prevê-se para breve um aumento significativo dos espaços com obrigatoriedade, como por exemplo, hotéis, ginásios, escolas…

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Preço de um desfibrilhador automático externo

Está a avaliar a viabilidade económica de equipar a sua instituição com um desfibrilhador?

É um ponto importante, mas pode não ser tão fácil como parece.

Numa pesquisa rápida na internet é fácil perceber que existem desfibrilhadores DAE a partir de 1000€.

O problema de fazer essas análises é que se trata apenas do valor do equipamento, do desfibrilhador, e não contempla a substituição da bateria, dos elétrodos, da caixa de DAE e todas as especificações legais do nosso país, como a formação SBV-DAE, e obrigatoriedades de licenciamento PNDAE.

Como escolher o melhor fornecedor de desfibrilhadores?

O nosso conselho é simples. O fornecedor deverá reunir cumulativamente as seguintes características:

  • Ser especialista em desfibrilhação;
  • Ser acreditado pelo INEM e INFARMED;
  • Disponibilizar uma solução completa “tudo incluído”.

A justificação por detrás destes pontos é garantir à instituição que as questões legais serão cumpridas, que trabalha com entidades que “sabem o que estão a fazer” e sobretudo que não terá complicações no futuro nem terá de consultar diversos fornecedores para cada uma das vertentes que um programa de DAE exige.

Simplicidade e segurança!

 

 

Notas:
1- Fundação Portuguesa de Cardiologia

Alguma questão? A nossa equipa está disponível para conversar consigo