A saúde cardiovascular é um dos principais desafios da saúde pública em todo o mundo. As doenças cardíacas são a principal causa de morte em Portugal e no mundo e representam uma carga substancial para os sistemas de saúde.
Nesse contexto, a cardioproteção emergiu como uma abordagem essencial para melhorar a taxa de sobrevivência de pessoas que sofrem paragens cardíacas súbitas, tanto em ambientes públicos como privados.
Conheça a história dos desfibrilhadores automáticos externos aqui.
A cardioproteção nos municípios
A cardioproteção nos municípios refere-se a um conjunto de estratégias e medidas que têm como objetivo melhorar a resposta e o tempo de atuação em casos de paragem cardíaca súbita. A implementação de programas de cardioproteção inclui formação SBV-DAE, acesso rápido a desfibrilhadores automáticos externos (DAEs) em locais estratégicos, e todo o licenciamento PNDAE junto do INEM, obrigatório para a implementação de desfibrilhadores DAEs. Estas ações podem salvar vidas e minimizar as sequelas neurológicas nas vítimas de paragem cardíaca.
Estatísticas Alarmantes
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal e no mundo, e a paragem cardíaca súbita é uma das suas manifestações mais graves. Estima-se que mais de 7 milhões de pessoas morram a cada ano devido a essa condição. Além disso, estudos indicam que a taxa de sobrevivência após uma paragem cardíaca varia amplamente, geralmente entre 2% e 11%. No entanto, quando o suporte básico de vida é iniciado imediatamente e um desfibrilhador automático externo é usado até 3 minutos após o colapso, a chance de sobrevivência aumenta exponencialmente para os 74%.
Importância dos desfibrilhadores nos Municípios
- Acesso rápido e fácil à intervenção médica:
Quando uma paragem cardíaca ocorre, cada segundo conta. Ter um desfibrilhador em locais públicos, como praças, piscinas, parques, escolas, estações de transporte público e edifícios municipais, pode fazer toda a diferença. O tempo de resposta é crucial, e a disponibilidade de um desfibrilhador pode ser a diferença entre a vida e a morte até que as equipas médicas de emergência cheguem. - Aumento das taxas de sobrevivência:
Estudos demonstraram que o uso precoce de desfibrilhadores pode aumentar significativamente as taxas de sobrevivência após uma paragem cardíaca súbita. A aplicação rápida do choque elétrico pode reverter a arritmia cardíaca e permitir que o coração funcione normalmente novamente. Quanto mais desfibrilhadores estiverem disponíveis em locais estratégicos nos municípios, maior será a probabilidade de salvar vidas. - Capacitação dos cidadãos:
Com a implementação de programas completos de DAE nos municípios, existe a obrigatoriedade da formação de elementos com SBV-DAE (suporte básico de vida com DAE) e como tal mais cidadãos irão reunir a formação e competências para saber agir em caso de emergência, cardíaca ou não. Levará a que aquela comunidade seja mais consciente dos perigos que enfrenta, de como pode ajudar e ser ajudado em caso de necessidade. - Promoção da saúde e segurança da comunidade:
A presença de desfibrilhadores nos municípios demonstra o compromisso das autoridades locais em garantir a saúde e a segurança de seus cidadãos. Isso cria uma sensação de confiança na comunidade, sabendo que medidas de emergência estão disponíveis caso algo aconteça. Além disso, a consciencialização sobre a disponibilidade desses dispositivos pode incentivar a procura por formação em suporte básico de vida e até primeiros socorros na população local.
Legislação para a instalação de Desfibrilhadores nos Municípios?
Não existe legislação específica para os municípios sobre esta temática, mas alguns dos locais obrigatórios poderão ser geridos por municípios. Ex:
- Espaços de lazer e de recreio com lotação superior a 5000 pessoas;
- Recintos desportivos com lotação superior a 5000 pessoas;
- Terminais rodoviários com fluxo médio diário superior a 10 000 passageiros;
No entanto, prevê-se para um futuro breve a obrigatoriedade também em:
- Monumentos;
- áreas de diversão;
- Embarcações turísticas e de transporte público;
- Estabelecimentos de ensino
- Unidades de saúde
Criamos uma página onde desenvolvemos todas as questões legais e de licenciamento.
Que tipo de soluções existem para a cardioproteção nos municípios?
Apesar da temática “desfibrilhação” ainda ser relativamente recente no nosso país e haver um caminho a ser desenvolvido, sobretudo ao nível legal, já existem várias opções tanto ao nível técnico como legal.
O início do processo de implementação de Desfibrilhadores automáticos externos (DAEs) nos municípios, deve partir sempre de uma auditoria por uma entidade especializada juntamente com um levantamento de necessidades e intenções por parte do município.
Após esta primeira fase, é feito o “desenho ” do programa de cardioproteção, onde fica definido as tipologias de instalação, número de locais abrangidos, locais de instalação, número de operacionais de DAE e consequente divisão dos mesmos pelos respetivos locais, e por último, o tipo de licenciamento PNDAE, que cada local deverá abranger.
Para o cidadão comum que nunca tenha tido contacto com a realidade da desfibrilhação, este “desenho” do programa de cardioproteção do município, pode parecer de menor importância, mas é imprescindível e a parte mais importante de todo o processo.
O não cumprimento desta etapa, evidencía posteriormente problemas com o licenciamento junto do INEM, atrasando consideravelmente o processo ou até mesmo a impossibilidade de avançar e finalizar este processo.
A nossa equipa está preparada para realizar uma auditoria e “desenho” do programa de DAE gratuitamente. Contacte-nos!
Casos de sucesso da cardioproteção em municípios
A câmara municipal da Marinha Grande é um dos municípios mais cardioprotegidos de Portugal.
Confira a entrevista realizada com o Sr. Presidente da Câmara, Aurélio Ferreira e com a Srª Vereadora da Saúde, Ana Baridó relativamente à cardioproteção no município da Marinha Grande.